Vida é partitura aberta. Nota que se toca uma após a outra. Como um músico que mergulha no ‘vazio’ e executa a melodia, solta. Sem papel ou caneta que possa eternizar a Obra. Apenas toca, nota a nota.

Vida é partitura livre. Que se improvisa e vive enquanto baila o planeta. Pés descalços que pousam na terra, enquanto se vê a chama acesa extravasar o tempo e o pavio. Apenas dança, a chama. Dança…

Vida é ar que inebria. E alimenta a chama, viva. É convite ao baile de gala do encontro com o semelhante. Vida é sopro sublime, divino. É apenas o vento que sopra na face. Apenas o vento.

Vida é lembrança de antepassados presentes. Entes queridos, pais, mães, avós, filhos… E de amigos, próximos e distantes. Mas sempre dentro, sempre. Vida é algo que corre dentro. Sempre. Sempre.

Vida é braço de rio que deságua no mar. Imenso memorial de vidas. Água de fonte cristalina, útero-mãe-origem de todas as coisas. Vida é coisa que se vive e lágrima-verso que escorre enquanto se escreve o poema.

Mas sempre dentro, sempre. Vida é algo que corre dentro. Sempre. Sempre.

DANIEL LOBO, MAIO DE 2013

Foto: Jardim de Luxemburgo, Paris (Paula Diniz)

Siga-nos no Facebook!